sexta-feira, 27 de março de 2009

Paladinos do mundo uni-vos!

Estou decidido a fazer um manifesto em favor daqueles que tem suado, labutado, sofrido e chorado pelo bem estar público. Não falo somente de 'Madre Teresas' ou de 'Cristos' mas falos das pessoas que durante décadas tem nos ajudado sem nem ao menos retribuir os favores...
Eis que manifesto minha angústia em perceber que ninguém louva a eles. Ninguém se lembra de tais trabalhadores de última hora, ninguém chega a interrogar-se perguntando quem seriam eles, eles não tem férias, não tem salário, não tem motivação sequer a não ser o amor por nós e talvez algum outro comprometimento.
São nossos os encargos trata-los bem, mantermos uma relação saudável com os mesmos e até tentar ler em suas mensagens as oportunidades de crescimento. Falo em protesto pelo Ego, manifesto seus desejos através dos meus.
Sempre esquecemos que somente através dele nós podemos crescer, ouvindo seus argumentos, entendendo suas necessidades e traduzindo os símbolos de sua comunicação em atitudes e em movimento.
Nosso Ego sempre crucificado, como sendo objeto de tantas repreensões, nunca teve seu valor observado de fato, sempre sendo o estopim do Egoísmo ou a fonte de tantos mergulhos mal sucedidos em nossas próprias mentes... Ele o Ego, objeto de tanta discórdia, de tanta repreensão, deve ter seus direitos revistos e algumas pessoas deveriam até incorporar seus 'alter-egos' como maneira de compensar aquilo que a tempos fora negado.
Através desta, manifesto o desejo dos paladinos do mundo, pois suas vozes são silenciosas, seus atos são despercebidos e seus desejos desconsiderados.

terça-feira, 24 de março de 2009

Fingidor, eu?

Desprovido de invólucro melhor, eis que me encontro aqui. Encarcerado em desejos, escancarado em emoções, feliz e envolvido em algo ao qual me parece um deja vu, um filme da seção da tarde, antigo e descaracterizado pelo bolor.
Eis que me vejo assim, desfigurado, enojado de mim por ser tão humano e passional. Um rosto desprovido de face, desprovido de emoção, desprovido de uma forma para o que eu sinto. E eu sinto, sinto muito. Sinto de forma agonizante o fluxo de emoções, cada célula, cada nervo, cada poro, a emitir uma única vibração de desconforto da qual eu não posso emitir sequer um som ou sorriso aparente nem o mínimo olhar condescendente.
E mesmo navegando em meio a esse oceano de puras verdades sobre mim, me confronto com um deserto árido do que desejo mostrar, aparentar, viver... Pois sempre soube o que fui, o que sou. Os desejos mais indizíveis de um lobo voraz em pele e pêlo de uma ovelha, pastoreada vulgarmente nos campos da cruel sociedade na qual minha alma fria jaz inócua. Desprovida de face, desprovida de corpo, desprovida de mente.

Através de um espelho escurecido

Através dos nossos sentidos, podemos avaliar o mundo em que vivemos e expressar através da nossa voz, dos nossos olhos e da maneira como nos comportamos, nossa opinião a respeito do que absorvemos ao nosso entorno. Mesmo que esses 'apontamentos' sejam deturpados pela nossa percepção exagerada, entregamos aos outros nossa verdadeira face, mesmo que esta verdadeira face seja um personagem plástico.
No entanto, quem somos nós, para julgar os outros por aquilo que fazem? Enfim. A percepção do mundo é um espelho escurecido, no qual se reflete apenas aquilo que desejamos realmente ver, e isso também inclui o que realmente somos.
Uma marionete, não é aquilo que se deixa controlar, mas aquilo que não sabe onde se encaixa, um aquilo que não se enxerga e se torna alheio ao mundo em que vive, eis que seu livre arbítrio se resume então a uma repetição de coisas ensaiadas e teatralizadas... O ser fake e ignorante, de si mesmo. Este refúgio, pretende trazer a percepção, mesmo que escurecida do ser humano, para ser discutida e então poder se tornar algo maior do que meramente uma sombra.