sábado, 23 de julho de 2011

Luz e cegueira

Algumas mariposas voavam próximas a uma vela, até que uma delas ao aproximar-se demais entrou em combustão e virou uma pilha de cinzas.

Acordar de súbito após uma noite de sufocamento, nos traz pensamentos estranhos logo pelo café da manhã, encarar o sol sem um óculos escuro no rosto traz a mesma sensação de encarar deus, pavor e dor.

Me senti deslumbrado, tal qual uma mariposa que voava próxima a lamparina a óleo, engraçado no entanto que era algo divino... Não amedrontador, mas sim reconfortante. A loucura de encarar a morte com um certo desdém e achar que tal luz seria nossa salvação.

Cegos e errantes, assim são os seres humanos. Blasfemos, hipócritas e loucos. Imitam a vida achando que é arte... Voam no desespero da própria morte rumo ao fogo e deixam-se queimar por um orgulho vão!

Dor... Fui humilhado e cegado pela luz do sol. Me reduzira a uma pilha de escombros morais e filosóficos. Tudo isso por que me expus a luz... Brinquei de ser quem eu não sou, voei alto demais que nem Ícaro e queimei minhas asas... Que agora jazem próximas de mim, uma espécie de pó tumular, cinzas de um futuro que joguei ao fogo.